Novo treinador
Wiliam Campos é apresentado na Boca do Lobo
Aos 35 anos, técnico do Pelotas abordou, em entrevista coletiva, sua contratação, estilo de jogo, busca por reforços e o diagnóstico que fez sobre o desempenho da equipe
Foto: Lucas Canez AI ECP - Novo comandante áureo-cerúleo ao lado do presidente Rodrigo Brito e do diretor de futebol Marcelo Chamega
Em entrevista coletiva realizada nesta terça-feira (16) na Boca do Lobo, Wiliam Campos foi apresentado oficialmente como técnico do Pelotas para a sequência da Divisão de Acesso. Ao lado do presidente Rodrigo Brito e do diretor de futebol Marcelo Chamega, o profissional de 35 anos falou do novo desafio, seu estilo de jogo, busca por reforços e o diagnóstico que fez a respeito do desempenho da equipe na competição, em que ainda não convenceu.
Antes do novo técnico iniciar a entrevista com a imprensa, ele foi apresentado pelo presidente áureo-cerúleo. “O Wiliam vem pra cá por tudo que apresentou e por todos os trabalhos que já fez no Rio Grande do Sul. Quem tá aqui nesta sala sabe que desde o primeiro momento que assumi o Pelotas eu falei que sempre queria alguém identificado com o Pelotas. Que a gente conseguisse criar uma relação ao longo prazo e um treinador virasse referência para o clube. Estamos tentando isso”, disse o mandatário do Lobo.
Em sua apresentação, Wiliam Campos relembrou que em 1991, ainda com três anos, estava na Boca do Lobo em um clássico Bra-Pel e teve a oportunidade de entrar em campo com o seu pai, Beto Campos, à época jogador do Pelotas. Quis o destino que 32 anos depois tivesse a chance de voltar ao Lobo, mas desta vez como treinador. Assumindo o lugar de Leocir Dall’Astra, ele diz saber que para o clube o único objetivo é o acesso.
“Agradeço a toda a diretoria pela confiança em nosso trabalho de vir aqui. É um projeto que a gente sabe que o único objetivo é de ter o acesso e a gente veio trabalhar pra isso. Sabemos das dificuldades que vamos ter. Conheço bem, pude atuar dentro de campo por algumas divisões de acesso. Trabalhei em algumas.
Acompanhei o meu pai em algumas, que também teve êxito, acessos e títulos. Isso me ajuda muito a trabalhar nessa competição, sabendo das dificuldades, sabendo o que precisa ser feito. A partir de hoje [nesta terça-feira] vamos começar um trabalho. A gente espera no fim conquistar esse título. Tenho um carinho muito grande pelo clube”, afirmou.
Desafio no Pelotas
Procurado após o anúncio da saída de Leocir Dall’Astra, Wiliam Campos não demorou muito para chegar a um acordo com a direção. Tanto que horas depois o clube já tinha confirmado a contratação em suas redes sociais. Wiliam disse conhecer o elenco do Pelotas, já que acompanhou in loco a estreia contra o Santa Cruz, nos Plátanos, e assistiu às outras partidas da equipe pela televisão. “O Pelotas é muito grande, o Pelotas é gigante, é um clube de muita tradição no futebol não só do Rio Grande do Sul, mas em nível de Brasil por todas suas conquistas que já teve, por grandes participações em competições nacionais. [...] Vi potencial pelo grupo montado pela diretoria. Não vinha desempenhando um futebol tão vistoso. […] A gente agora, da nossa forma, vai dar sequência nesse trabalho, potencializar o que temos visto de bom, que tem bastante coisa, e corrigir alguns detalhes”, destacou.
Reforços
Sobre reforços, William disse que no primeiro momento a prioridade é conhecer melhor o elenco, mas admitiu ter conversado com a direção a respeito de contratações pontuais.
“No primeiro momento somos nós com os atletas que aqui estão. É um clube de qualidade, tem suas carências, que é normal, todo mundo tem. Depende muito da forma que vamos atuar, eu vejo que com os jogadores que aqui estão a gente pode melhorar isso. […] Temos conversado também sobre alguns acréscimos no elenco. A diretoria também tem ciência disso e com certeza está fazendo um esforço grande para trazer algumas peças pontuais pra agregar”, disse.
Estilo de jogo
Em relação ao estilo de jogo que o técnico implementará, Wiliam diz que prefere um time mais ofensivo, que goste de ficar com a bola, mas que será preciso saber se adaptar ao contexto da competição. “Muitas vezes não vamos ter um campo de qualidade para jogar ou o adversário vai se postar de uma maneira e temos que nos adaptar. O importante é a gente treinar isso, passar para os atletas todas as situações que podem acontecer na partida pra gente ser o surpreendido o menos possível”.
Mesmo tendo como preferência a plataforma 4-2-3-1, Wiliam diz não ficar preso a só um modo de jogar e que a equipe precisa saber entender cada jogo, propondo principalmente quando estiver atuando na Boca do Lobo e em alguns campos ruins precisará saber atuar de outra forma. “Eu procuro não me apegar apenas em um sistema. Não só ser um treinador ofensivo e nem ser só defensivo. Como a gente sempre procura um equilíbrio da equipe, o treinador também precisa ter esse equilíbrio. A gente precisa saber contextualizar o jogo, o que o jogo vai pedir. Dentro de casa o gramado é melhor, o campo que a gente conhece podemos jogar de uma forma, propondo mais o jogo, que é o que eu gosto. Ter mais a bola, mas também nunca deixando de ser uma equipe vertical”, explicou.
O treinador aproveitou até para detalhar o que quer que a equipe faça com a bola. “Os jogadores precisam se aproximar mais, tentar criar superioridade no lado da bola, mas ter uma válvula de escape do outro lado. Sempre procurando propor jogo desde o goleiro sempre que possível. Mas também se tiver que jogar por uma bola em algum momento do jogo, dependendo do gramado. A gente conhece a competição. Em alguns lugares vai ter que ser um jogo de embate, de confronto, briga, de primeira e segunda bola, de não conseguir sair jogando lá de trás. A gente vai precisar saber fazer esse tipo de jogo”, resumiu.
Diagnóstico dos problemas da equipe
Leocir Dall’Astra foi demitido após conquistar seis pontos em 15, mas em nenhuma partida a equipe teve boa atuação. Perguntado pela reportagem do Diário Popular, o novo técnico do Lobo disse já ter uma análise do que faltou nas primeiras rodadas.
“Defensivamente vem bem, bem seguro, claro que vamos corrigir alguns detalhes, isso é treinável, conversado, mas também vamos procurar principalmente na parte ofensiva o que a gente viu, principalmente no último terço de campo. Ter um pouco mais de calma, talvez pela pressão de jogar em casa se desfazia rápido da bola, muitos cruzamentos da intermediária. Vi pouca ultrapassagem dos laterais, dos extremas, pouca troca entre meia e extrema de fora pra dentro, com facão de fora pra dentro, de dentro pra fora. Não é de uma hora pra outra. Mas a gente espera no próximo jogo que a gente já possa ter alguma situação um pouco diferente”, disse.
Wiliam Campos também comemorou o fato de ter semanas cheias para trabalhar, já que na Série A-2 as rodadas acontecem aos sábados e domingos. “Vamos aproveitar o máximo possível. Vai depender muito dos jogadores, deles terem esse entendimento, pegarem rápido essa nossa ideia. A gente espera que seja rápido”.
Inter-SM x Lajeadense
Em jogo atrasado da quarta rodada, o Inter-SM recebe nesta quarta-feira o Lajeadense, às 15h. Caso o Alviazul vença, o Lobo seguirá na zona de classificação do grupo B.
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